J. [2 anos]
J.,
Quero ver-te a fazer ballet, ajudar a escolher a roupa e ver-te ser menina.
Quero ir aos teus aniversários, segurar-te a soprar as velas e ver-te ser crescida.
Quero responder aos teus porquês, ajudar-te nos TPC’s e ver-te ser formada.
Quero ajudar-te nas cartas de amor, dar-te o ombro nas tristezas e ver-te ser feliz. Quero-te ver a sonhar!
É engraçado como as prioridades se mantém, mas as exigências e vontades se vão juntando e acumulando, à medida que vamos dando as coisas por garantidas. Se no início te ver respirar chegava, te ver caminhar, depois, era o suficiente, hoje fico-me a ver-te falar e a responder como um grande… e imaginar o que vem a seguir, que nos irá continuar a encher – ou inchar - a alma e o orgulho, sem nunca deixar para trás o conquistado, que é, sobretudo teu, mas também nosso.
Perdoa-me ainda não me ter adaptado à realidade da tua compreensão, às vezes parece que falo para um bébé, mas percebe, tudo passa tão rápido, que os velhos, como eu, já não têm essa capacidade de mudança e adaptação.
Dois anos depois J., ainda mais adorável que alguma vez tinha sonhado, é óptimo ver-te correr pela sala, ouvir-te responder e a compreender que o mundo é o mundo e perceber que o nosso bem depende do teu… o nosso sorriso depende do teu!
E assim será para sempre.
Um beijo deste teu amigo!
Tio Zé Rui