A Gripe A e as grávidas

Podia ser só no 24 horas ou na TVI, mas a verdade é que o sensionalismo está, cada vez mais, em toda toda a comunicação social. Fico em estado de choque.

E em estado de choque maior ficam todas as grávidas quando saem as notícias que temos visto.
Sábado faleceu um feto com 34 semanas, após a mãe (a grávida..) ter sido vacinada para a Gripe A. As notícias não tardaram, as manchetes eram claras... A vacina para a Gripe A é suspeita!
E não é preciso aprofundar... estava tudo bem, não haviam indícios de nada, os familiares dizem que a culpa é da vacina... temos notícia e esta vai vender bem.
Pouco interessa se uma coisa nada possa ter a ver com a outra e que em média aconteçam 300 mortes súbitas de fetos em Portugal por ano, quase uma por dia. O interesse público, o criar alarmismo (embora o pânico fosse a palavra correcta) nas grávidas, o orgulho de fazer, mas fazer bem, não existe quando tudo é mais fácil só se vendo com um olho, o olho do cigano, o outro olho fica para o burro.
Sendo as grávidas um grupo de risco, pela capacidade respiratória diminuída e pelo sistema imunitário fragilizado, a vacinação é recomendada. Assim o diz a Direcção Geral de Saúde, assim o diz o Colégio de Obstetras, assim o diz o Ministério da Saúde. Mais engraçado ainda é ver que nos Estados Unidos o dilema é outro, dado o vírus ter provocado a morte a dezenas de mulheres grávidas, o protesto é a vacina não ter chegado ainda a todas as grávidas (ver aqui!)
A história da Gripe A já passou por todos os estadios na comunicação social... Desde a pandemia do século ao simples engodo da indústria farmacêutica. Onde e quando irá isto acabar...

Por falar em grávidas, Parabéns Lúcia.