Conto de Natal pharmaoestiano - Parte I *
Era noite de Natal. Quase sempre, nos contos de Natal, é noite de Natal. Neste, curiosamente, também.
A cidade estava já quase deserta e era impossível que qualquer pessoa, por mais insensível que fosse, olhasse para as ruas vazias, com as iluminações a piscar e as montras enfeitadas e não pensasse para si: "Que rica altura para fazer assaltos".
Na rua, havia apenas algumas pessoas que se apressavam, felizes, para chegar a casa a tempo da consoada, e outras que pareciam não ter para onde ir, pois tinham todo o aspecto de ser indivíduos desagradáveis, de quem ninguém gosta.
Indiferente a tudo isto, Carlos dirigia-se para casa com alguns sacos de compras na mão. Foi quando dobrou a esquina que viu um vagabundo sentado num vão de escada. Carlos pensou: "Um vagabundo a pedir esmola no dia 24 de Dezembro! Mau! Tu queres ver que eu estou metido num conto de Natal? Não me dava jeito nenhum que estou com pressa."
* Este ano com a "ajuda" especial de R.A.P. (que é como quem diz: "É Natal, vamos roubar qualquer coisa. Olha pode ser um conto".)
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