terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Conto de Natal pharmaoestiano - Parte II *


- Uma esmola para um pobre velho - pediu o vagabundo.
Carlos levou a mão ao bolso e estendeu-lhe uma nota de vinte.
- O dinheiro é uma oferta simpática - disse o vagabundo. Mas... e o calor humano, jovem?
- Não vou querer, obrigado. Sabe, eu tenho namorada...
- Não é isso. Podes convidar-me para cear em tua casa?

Carlos olhou para o velho e teve pena. Teve pena de não ir mais vezes ao ginásio porque se estivesse em melhor forma e já teria saído dali a correr. Ainda assim, achou que corria mais que o vagabundo e aceitou convidá-lo para cear em sua casa. Assim que dobrasse a esquina desataria a correr e, se não tropeçasse nos sacos, o velho nunca mais o apanharia.
No entanto, assim que Carlos o convidou para a consoada, o vagabundo ergeu-se, retirou a túnica e, flutuando no ar, disse:
- Sou o teu Salvador. Aquele a quem tu ajudaste é na verdade o Todo Poderoso...

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