Betty Faria (parte II)
A Bastonária, em resposta ao meu post anterior , emitiu a seguinte "Newsletter Especial":
NEWSLETTER ESPECIAL DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS
Esclarecimento de posição da Ordem dos Farmacêuticos
Caro Farmacêutico,
A recente divulgação, pela Comunicação Social, de declarações por mim prestadas a um jornalista sobre a realidade das farmácias comunitárias dentro dos hospitais, mas algo desenquadradas do contexto em que foram proferidas, ditaram um conjunto conclusões que penso serem precipitadas, carecendo por isso do devido esclarecimento:
1. Desde logo entendo que o quadro normativo que conduziu à criação das farmácias comunitárias dentro dos hospitais foi prosseguido de forma muito precipitada e também por isso mal regulamentado. Os pesados encargos impostos a essas farmácias – percentagem a retirar da facturação total aliada à renda mensal fixa – revelavam-se asfixiantes para a exploração comercial dos estabelecimentos, conforme o legislador confirmou ao ver-se compelido a corrigir recentemente, mas já com muito atraso, esses aspectos da regulamentação inicial.
2. Também a excepção aplicável às farmácias instaladas dentro dos hospitais relativamente às normas que condicionam a distância geográfica a respeitar entre as restantes farmácias comunitárias se confirmou injustificável e até nefasta para todos os interessados, incluindo doentes e farmácias vizinhas.
3. Entendo que a farmácia comunitária é um bem imprescindível e que a segurança dos medicamentos aí vendidos é reconhecida por mim e por todos os farmacêuticos. Por isso reafirmo que em momento algum coloquei em causa a classe profissional do farmacêutico, especialmente da especialização de farmacêutico comunitário, que inclusive foi criada durante o meu mandado e com o meu total apoio.
4. Como Bastonária e como farmacêutica tenho feito a defesa da carreira farmacêutica sustentada nos valores da ética, do rigor e da qualificação profissional. Entendo que, só desta forma, conseguiremos manter a confiança da classe, em particular junto das comunidades que beneficiam do acompanhamento do farmacêutico qualificado e dos medicamentos comercializados no respeito pelas mais rigorosas normas de segurança.
5. Lamento a interpretação e a descontextualização das minhas palavras, que apenas quiseram servir de alerta para uma grave situação de insustentabilidade financeira que afecta as farmácias comunitárias em ambiente hospitalar, podendo assim inviabilizar a qualidade e o rigor do desempenho profissional dos seus farmacêuticos.
Lisboa, 24 de Setembro de 2009
A Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos
Elisabete Mota Faria
N.B. - Esteve bastante mal, e a ingenuidade não pode servir de desculpa para uma pessoa que tem de estar à altura das responsabilidades. Os jornalistas são sanguinários, mas tais declarações nunca deveriam ter sido proferidas. Os erros pagam-se caros, e prova disso é que esta newsletter que não chega aos jornais como chegaram as anteriores declarações.
Às declarações da Bastonária já responderam o INFARMED, o João Cordeiro (afirmando-se chocado com tais suspeitas levantadas(!)), o dono da farmácia do Hospital de Santa Maria...
Se tivesse uma toca, aposto que lá se enfiava.
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