Aborto (I)

Podem estar, tal como eu estou, completamente saturados de discutir o referendo de dia 11 de Fevereiro (já daqui a 2 semanas...)! Podem já, acredito que a maior parte, ter as ideias completamente arrumadas, chegado a conclusões, e definitivamente ter decidido a orientação do vosso voto...

Mas esta temática toca no meu âmago, onde poucas coisas tocam, e alguns pseudo-argumentos que leio/ouço revoltam-me de tal forma que não me consigo alhear de expressar as minhas ideias, e de fazer, pelo menos, os meus amigos perceberem o meu ponto de vista!

Não vos peço perdão se vos maço, afinal cada um escreve aqui o que quer (, o Pêra até uma foto ao seu nível, baixo, muito baixo, colocou...), mas nos próximos dias vou colocar por estas bandas os argumentos que me fazem pensar que o SIM no referendo, a par da participação massiva no referendo, é o gesto mais lógico e racional que se pode ter.

Faço (o esforço) por respeitar todas as opiniões , mas de quando em vez dou por mim com pensamentos mais extremistas... Ontem acordei a pensar (já que ainda não trabalho posso dar-me ao luxo de acordar a pensar no que quero, e ficar mais um pouco na cama a reflectir sobre o assunto...) que as pessoas que votam não ou são hipócritas, ou são fanáticas, ou têm falta de informação...
Espero não ferir susceptibilidades, e adorava ler as vossas opiniões sobre o assunto!

1º-O que está em causa no referendo é decidir se o aborto nessas condições deve deixar de ser crime, como é hoje, sujeito a uma pena de prisão até 3 anos (art. 140.º do Código Penal). Por isso, é francamente enganador chamar ao referendo o "referendo do aborto" ou "sobre o aborto", como muita gente diz. De facto, não se trata de saber a posição de cada um sobre o aborto (suponho que ninguém aplaude o aborto), mas sim de decidir se a mulher que não se conforma com uma gravidez indesejada, e resolve interrompê-la, deve ou não ser perseguida e julgada e punida com pena de prisão.

Por Vital Moreira in Público