segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

E agora... algo completamente diferente!


Um stand automóvel e uma empresa de concessão de crédito pretendiam oferecer uma vacina contra o cancro do colo do útero na compra de um carro, mas o Infarmed cancelou a promoção por publicitar ilegalmente um medicamento sujeito a receita.

Em causa estavam as campanhas publicitárias à iniciativa do stand de automóveis Auto Motriz e da empresa de concessão de crédito Credibom, que se iniciaram no passado fim-de-semana em várias rádios, caixas multibanco, jornais e revistas especializadas do ramo automóvel.
A ideia era oferecer um rastreio e uma vacina contra o vírus que pode provocar o cancro do colo do útero (Papiloma Vírus Humano) a quem comprasse um automóvel naquele stand.
Em resposta às questões da agência Lusa, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) indicou que depois de tomar conhecimento do caso e desenvolver várias diligências notificou as entidades envolvidas para a «cessação imediata, a título cautelar» da actividade de publicitação ilegal.
O decreto-lei de 2006 que estabelece o regime jurídico dos medicamentos de uso humano refere que se considera publicidade de medicamentos «qualquer forma de informação, de prospecção ou de incentivo que tenha por objecto ou por efeito a promoção da sua prescrição, dispensa, venda, aquisição ou consumo em qualquer das seguintes circunstâncias: a) Junto do público em geral».
O mesmo diploma indica ser «proibida a publicidade junto do público em geral dos medicamentos sujeitos a receita médica».
A lei determina que a publicidade a medicamentos sujeitos a receita médica apenas pode ser dirigida aos profissionais de saúde na imprensa especializada, com os respectivos resumos das características do medicamento.
«No seguimento das diligências efectuadas, e sem prejuízo da responsabilidade contra-ordenacional que ao caso couber, o Infarmed notificou as (quatro) entidades envolvidas para a cessação imediata, a título cautelar, dessas actividades», lê-se na nota do Infarmed enviada à agência Lusa.
Para lá do stand e da sociedade financeira para aquisições a crédito, foram ainda notificadas uma farmácia da zona de Sacavém e a empresa contratada para realizar a campanha.
A proprietária da farmácia explicou à agência Lusa ter sido apenas contactada pela empresa do ramo automóvel para vender as vacinas e adiantou que a sua resposta foi afirmativa, desde que se cumprisse o estipulado pela lei: dispensar a vacina mediante prescrição médica.
O proprietário do stand, João Rodrigues, precisou, por seu lado, nunca ter percebido que poderia estar a cometer uma ilegalidade, até porque nas promoções não era referido qualquer nome comercial de um medicamento.
«Para preparar a campanha contactámos com outras empresas e com vários médicos que nunca perceberam que poderia tratar-se de uma ilegalidade. Não estamos a fazer concorrência às farmácias, não identificámos a marca e pagaríamos as vacinas e os rastreios», sublinhou à Lusa.
A ideia de oferecer um rastreio e uma vacina contra o vírus que pode provocar o cancro do colo do útero (Papiloma Vírus Humano) foi delineada entre as duas empresas, na sequência de outras campanhas cívicas que o stand já levou a cabo, como por exemplo de prevenção de segurança rodoviária ou consumo de produtos portugueses.
«A Credibom lembrou que nos Estados Unidos ou na União Europeia se desenvolvem campanhas com o objectivo de oferecer um produto de interesse público e que poderíamos apostar em campanhas com um maior peso cívico», referiu o responsável à Lusa, argumentando que o conceito de, por exemplo, oferecer DVD's ou televisões não corresponde «à filosofia da empresa, não tem tanta notoriedade, qualidade e importância cívica».
«Queremos oferecer algo que contribua para a participação e ajuda cívica», adiantou João Rodrigues, sublinhando que a promoção incluía, não apenas a oferta da vacina, que seria co-financiada em partes iguais pelo stand e pela empresa de concessão de crédito, mas também o rastreio à doença.
Face ao preço elevado das duas únicas vacinas comercializadas em Portugal, a empresa de vendas de automóveis decidiu dividir custos com a empresa financeira: «A melhor vacina custava 400 euros e por isso ia ser comparticipada pela Credibom. Se tivesse um valor mais baixo, iríamos oferecer sem pedir contrapartidas a ninguém», disse.
«Foi uma intenção cívica. Mas, ao sermos informados pelo Infarmed, decidimos suspender a campanha», concluiu o responsável, adiantando à Lusa que a escolha entre as duas vacinas se fez segundo recomendações especializadas.
Na sua nota, a Autoridade do Medicamento acrescentou que «como os factos são passíveis de enquadramento na competência de outras entidades, o Infarmed deu conhecimento dos mesmos à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), à Inspecção Geral das Actividades em Saúde e à Ordem dos Médicos».


In Destak, via Efervescente (primeiro blog com link para o Pharmaoeste)


Dissecando o artigo, 3 questões surgem-me:

1 - A mais basilar e com menor conteúdo (farmacêutico) - É de facto publicidade? antes de mais, não havendo uma explícita ligação da promoção a uma das duas marcas comercializadas (GlaxoSmithKline e Sanofi Aventis) em Portugal. Adiante...

2 - Ok, é um medicamento sujeito a receita médica... mas também é um medicamento de toma "voluntária"... Não, não concordo que seja bom fazer uma promoção semelhante, mas apenas pelo Estatuto do Medicamento, e pela sua não banalização num circuito comercial... Não pela Publicidade, propriamente dita! Sinceramente, e corrijam-me,já que eu estou a pensar a quente, este é daqueles tipos de medicamentos que julgo valer a pena ser publicitado num circuito normal de publicidade, a ver no ponto 3 (claro, seria necessário alterar a actual legislação e salvaguardar e regular tais excepções...)

3 - E refere o blog Botica, e bem, o Champix também é sujeito a receita médica, e não é por isso que o cartaz com o Diogo Infante não deixa de aparecer em todo o lado.... e essa sim, é bem mais explícita, mas com a qual também não deixo de concordar...
P.S. - preciso urgentemente de um ecrãn LCD para o meu portátil... escrever com umas raias pretas à frente não é fácil... está aí o Natal (e isto é um aviso para vocês..)


4 comentários:

Anónimo disse...

so texto, so texto, so texto?! e umas gajinhas nuas???? fica a sujestão...lol hp

Anónimo disse...

sugestão - desculpem! foi de pensar nas gajinhas nuas... hp

Zé Rui Peixoto disse...

imagino... para quem não sabe ler, deve ser uma seca! Vai masé decorar as tretas pó teu próximo exame para o teu buraco... perinha de um raio...

Anónimo disse...

Eu gostei, José Rui Peixoto! :)

Há que avacalhar, sim senhor, mas também sabe bem, de vez em quando, um pouco de "cóltura", "pulémica" e "interbenção", carago!

Beijinhos, com saudades...